quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Turbo

O que é esse famoso componente ?


Quando falamos de motores de alta performance, logo nos vem em mente os motores turbinados, aquele som inconfundível de apito nas trocas de marchas, desempenho fantástico entre muitas outras qualidades, porém com muitas desvantagens segundo algumas opiniões. Mas se existem problemas porque as fábricas lançam modelos turbinados, como eles funcionam, vamos entender essa tecnologia interessante e fantástica.
Os motores naturalmente aspirados tem uma deficiência em regimes muitos altos, podemos imaginar um motor 2.0 l, isto é a cada giro completo do virabrequim, este motor aspirou 2 litros de ar. Façamos uma conta rápida, a 6.000 rpm, o motor dá 100 giros em um segundo, que equivale a aspiração de 200 litros de ar por segundo, como sabemos a admissão de ar em um motor se faz pela depressão causada pelo movimento dos pistões, algo como uma seringa puxando um líquido.
Agora fica fácil entender que em altos giros, esse motor 2.0 l irá aspirar bem menos que isso. Como podemos aumentar essa aspiração ? Que tal empurrarmos o ar para dentro do motor.
Para isso, o turbo compressor é o modelo mais conhecido, então vamos à ele. Neste modelo, os gases de escape passam por uma roda dentada, conhecida por turbina, daí o nome turbo, esses gases movimentam a turbina que está acoplada através de um eixo ao compressor, que também é uma roda dentada, como podemos ver na ilustração.
Em altos regimes, o turbo compressor pode atingir rotações superiores a 150.000 rpm e todo este movimento gera uma pressão de 2 kgf/cm2 ou mais, que equivale a 2 vezes a pressão atmosférica. Quanto maior a pressão maior o enchimento do motor com ar, porém pressão demais irá ocasionar danos ao mesmo, assim existe uma válvula que controla a pressão e libera o ar quando a pressão estiver muito alta, este é o motivo do apito, válvula sem silenciador. Com maior volume de ar, necessita-se mais combustível, com essa receita o resultado só pode ser alto desempenho.
Porém nem tudo é maravilha, muitos dizem que carros turbinados não tem torque em baixa rotação, que tem problemas de durabilidade entre muitos outros.
Para mover a turbina que irá mover o compressor, necessitamos de força. E de onde poderemos tirar essa força, o único lugar é do próprio motor, assim em baixos giros, a potência gerada pelo turbo é inferior a potência necessária para move-lo. Em médios e altos giros o ganho de potência é muito maior e todos sabemos o resultado.
Quanto a durabilidade, não podemos esquecer que motores adaptados para turbo, não foram projetados para tal fim, pois foram dimensionados para atuarem em pressões atmosférica, a uma determinada temperatura e solicitações de esforços. Quando turbinamos, esses esforços aumentam muito podendo comprometer a vida útil do motor, principalmente se forem solicitados ao máximo continuamente. Seria necessário um trabalho muito mais profundo do que simplesmente adaptar um turbo no motor, algo como fazem as montadoras que praticamente reprojetam o motor, adequando-o às novas solicitações.
Uma coisa muito importante e que os proprietários do carros turbinados devem sempre lembrar é que o eixo de ligação entre a turbina é o compressor está apoiado sobre mancais ou rolamentos que são lubrificados pelo óleo do motor, assim quando desligamos o motor, o turbo continua girando porém sem lubrificação, já que o motor está desligado. O melhor a fazer é deixar o motor em marcha lenta um certo tempo até o turbo baixar a velocidade e aí sim desligar o carro.
O turbo compressor é apenas um dos modelos de compressor existente, em breve poderemos falar mais sobre os outros tipos, mas lembre-se, se você tem uma carro turbinado ou pretende ter, vá com cuidado, eles andam muitos e muitos não param com a mesma facilidade.

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